OnePlus 6T ainda é uma ótima opção em 2019 [Análise / Review]
Por Wellington Arruda |
A OnePlus já deixou bastante claro que o principal mote dos seus smartphones é a velocidade. Tanto que o OnePlus 6T ganhou uma versão McLaren com 10 GB de RAM e carregador de 30W. Mas, além disso, a companhia também tenta manter preços mais acessíveis em relação aos tops de linha do mercado.
Neste modelo aqui do OnePlus 6T, nós encontramos hardware forte com Snapdragon 845 (até 2.8GHz - 10nm), 8 GB de RAM e 128 GB de memória. Mas, mesmo sendo uma evolução do OP6, ele deixou várias coisas de fora, como a entrada P2 para fones ou o LED de notificações, já que o notch foi reduzido – comparando-o com o do modelo anterior.
E, claro, o OP6T também não traz características extras de smartphones mais caros exatamente por esse motivo: se houvesse certificação IP68 ou carregamento por indução, seu preço seria impactado. Isso não tem nada a ver com o consumidor, embora tenha sido uma das escolhas da companhia para que os valores começassem em US$ 549.
Como já falamos, o notch dele ficou menor e em forma de “gota”, abrigando apenas a câmera frontal. Ele é um smartphone grande, com vidro nos dois lados (Gorilla Glass 5 na traseira e 6 na frontal) e metal na moldura. Seu visual é minimalista, existem cores em degradê e todo o acabamento é muito bem feito. A sensação de segurá-lo nas mãos é relativamente desconfortável pelo tamanho, mas remete facilmente a um dispositivo premium.
O leitor biométrico também saiu da traseira e passou para a tela. Ele vai ficando “melhor” de acordo com o uso e as informações ficam armazenadas em uma “Área Segura” no chipset do aparelho. Ele está numa área limitada e tende a ser rápido, mas nada como na geração anterior.
Mas, bem, o OP6T ainda traz display AMOLED de 6,41” (6.24”, considerando os cantos arredondados e o notch) com resolução de 2430 x 1080p, com suporte aos padrões sRGB e DCI-P3. Ele também conta com modos adaptativo, de leitura (super útil) e noturno. Nós optamos pelo padrão DCI-P3 na maior parte do tempo por ser o menos saturado da lista.
E sobre o notch/entalhe: novamente não há como fingir que ele não está ali. Você até pode escondê-lo nas ‘Configurações’, mas ainda assim a proporção das partes superior e inferior fica diferente.
Mas, claro, a tela do OnePlus 6T é muito boa e vai proporcionar experiência confortável. A resolução 1080p não é um problema, tendo em vista o consumo frequente de conteúdo, logo você se vê atrelado a uma tela bacana, mas que não é a melhor, é claro.
O ponto menos empolgante em termos de multimídia seria a saída de som que é mono e pode ser facilmente abafada. Ela é barulhenta, mas ainda no mesmo nível do OP6, onde níveis altos causam distorções claras e não há compensação notável.
Na data de fechamento desta análise, o OnePlus 6T roda o Android 9 Pie com a OxygenOS 9.0 instalada. Essa interface é bacana para quem prefere o Android com menos alterações, tendo em vista que o volume aqui é menor:
- Existem gestos para navegação, algo ainda não padronizado no Android;
- Também temos gestos rápidos bem úteis;
- O “Deslizador de alerta” continua sendo muito, muito funcional.
E, claro, esse smartphone é bem rápido. Na análise do OnePlus 6 nós já falamos algo semelhante: a navegação no sistema é muito rápida, os aplicativos abrem e fecham rapidamente, a multitarefa segura um bom número de aplicativos abertos e, claro, os joguinhos (pesados, também) funcionam de modo muito satisfatório.
Neste caso, espere por desempenho veloz, uso confortável e animações fluidas e rápidas. Em conjunto, temos 3.700 mAh de bateria, ou 400 mAh a mais comparando-o com o OP6. O seu carregador (Dash Charge, 20W) também tem um belo desempenho, carregando cerca de 50% em 30 minutos. A carga completa acontece em aprox. 1h30.
Sobre o desempenho com conteúdo multimídia online, a descarga média em nossos testes de estresse foi de -7% por hora. No OP6, ela foi de -10% nos mesmos testes. Na autonomia, aí sim o aparelho se destaca em relação a geração anterior, oferecendo ainda mais conforto na hora de passar um dia inteiro com ele funcionando. Usuários mais ativos certamente podem se beneficiar disto.
Por outro lado, a qualidade de câmera do OnePlus 6T não ficou muito acima do OnePlus 6. O sensor principal tem 16 MP (f/1.7) com PDAF, OIS, EIS; o secundário tem 20 MP (f/1.7) com zoom óptico de 2X; e por fim a frontal tem 16 MP (f/2.0) com EIS. Todos os três sensores são da Sony.
A OnePlus melhorou bastante a qualidade de imagem nos últimos anos dos seus celulares, como no OnePlus 6. No 6T, notamos mais solidez no controle de exposição, cores equilibradas e um bom nível de nitidez. Tanto no sensor principal quanto no telefoto, os cliques podem ser muito bons, até mesmo quando a câmera está contra a luz.
As principais mudanças em relação ao OP6 ficam no software. Há também um novo modo noturno que aumenta o tempo de exposição para capturar mais luz em condições onde ela não está tão presente, mas isto pode resultar em imagens com alto nível de ruído e menos nitidez.
Mas, durante o dia, ou em locais bem iluminados, o OP6T ainda registra imagens com bons detalhes, cores precisas e um modo retrato “mais realista”, sem exagerar nas cores ou no desfoque de fundo. Entenda, porém, que assim como em qualquer outro dispositivo atual, esse modo ainda apresenta imperfeições.
Nós também curtimos as selfies capturadas por ele. A exposição é balanceada, os fundos super iluminados não ficam “estourados” e o HDR funciona bem, mas não tão bem quanto acontece nas câmeras traseiras.
A propósito, nós também curtimos fazer vídeos com o OnePlus 6T. Ele pode gravar em 4K com 30/60fps, traz OIS, tem um controle de exposição e coloração muito legal e o foco é muito rápido. Você pode acabar perdendo alguns detalhes nas composições, mas certamente conseguirá registrar bons vídeos com este aparelho.
Sendo assim, considerando todo o conjunto, o OP6T pode sim ser um bom smartphone também em 2019, tendo em vista que outras fabricantes ainda adotarão um entalhe de formato similar e que o seu hardware segue de ponta. Ele traz, inclusive, Bluetooth 5.0, NFC e suporte ao LTE Cat.16.
Por outro lado, essa versão aqui de US$ 579 ainda peca em alguns detalhes, e nós separamos algumas coisas legais e outras nem tão legais assim para ilustrar melhor:
O que tem de legal?
- Tela grande;
- Bateria duradoura;
- Preço mais legal em 2019 e desempenho suave;
- Visual premium e ergonômico.
O que tem de não tão legal assim?
- Sem entrada P2;
- Câmeras boas, mas não evoluíram em relação ao OP6;
- Leitor biométrico no display as vezes faz a gente sofrer;
- Alto-falantes medianos.